quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Hoje tem marmelada?

Achamos graça até naquilo que não merece. Não sei se vocês ficaram sabendo do episódio "Casseta & Planeta", então decidi colocar o bafón completo aqui. Peguem suas pipocas, porque o eleitor é o palhaço e o circo fica em Brasília. "O Globo (Brasilia): Câmara se queixa do 'Casseta & Planeta' Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à Rede Globo pelas alusões feitas no programa "Casseta & Planeta" exibido terça-feira passada. Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de "deputados de programa". Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe perguntam se é deputada. O quadro em que são vacinados contra a "febre afurtosa" também provocou constrangimento. Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da Câmara para assistir à fita do programa. Segundo o procurador Ricardo Izar ( PMDB-SP), duas parlamentares choraram. Izar se encontrará segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça. O presidente da Câmara também se disse indignado: - O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente para fazer graça sem desqualificar a instituição, que garante a liberdade para que façam graça. O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas. Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto, dizendo não querer 'dar importância à concorrência'. NOTA DE ESCLARECIMENTO "Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos: 1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender deputados ou prostitutas. O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição. 2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de resposta dos deputados. Pelo contrário, consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa. 3. Caso se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras, o que obrigará os deputados a 'interromper seu descanso'."

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Competências

Olhando no caderno de Empregos do jornal, fiquei impressionada com a quantidade de procura por pessoal que trabalha em TI. Praticamente, 50% do jornal era dedicado aos programadores, cientistas da computação e analistas de sistemas. Impressionante. O mercado cresceu muito nos últimos anos. Aí é que mora o perigo. Junto com bons profissionais, sempre têm aqueles que caem de pára-quedas na profissão, tentando aproveitar o filão. E como já sabemos, todo o mercado em expansão traz bons e maus profissionais. Tem aqueles que amam o que fazem, mas trazem junto os que fingem que amam o que fazem. Foi assim nos anos 80 com advogados e publicitários (que têm mais em comum do que se imagina). Publicidade, por sinal, é um ramo que tem uma leva enorme de "picão" (para quem não sabe, "picão" é o cara que não trabalha direito). Dá para salvar meia dúzia nesse oceano. O resto, poderia continuar puxando caixa no SEASA, que não faria falta. Há pouco tempo atrás, o MEC começou a trancar os pedidos para regularização de novas universidades. O motivo: a quantidade absurda de faculdades oferecendo cursos de pouca confiabilidade. Entenda que não sou contra todo mundo fazer faculdade. Sou contra a distribuição em massa de diplomas. Sou contra a fórmula fácil: tenha-um-curso-superior-e-seja-feliz. Tem muita gente que cai nesse papo furado, entra na Universidade de Cacimbinha do Norte, paga uma fortuna por mês (porque esses cursos são pagos, claro!), sustenta professores meia-boca e saem para o mercado sabendo menos que antes. Isso tudo porque o curso superior é supervalorizado num país onde mais de 50% das pessoas mal sabe ler. Então: - Você não vai ficar rico fazendo faculdade. - Você não vai ser um profissional melhor fazendo faculdade. Tem coisas que levam tempo. Ser um bom profissional também é ter levado muitas na cabeça, antes de aprender alguma coisa. É ter lido livros, pesquisado, feito outros cursos além daquele que te dá o diploma. O bom profissional quer sempre crescer mais. Triste aquele que se conforma só com o curso superior. Esses, por mais que tenha vagas no caderno de empregos, estão condenados a trocarem de profissão quando essa onda passar.